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Nove meses depois, Luize Altenhofen se emociona ao falar de cão agredido

O pitbull Ryng ficou cego de um olho ao apanhar com uma barra de ferro. 'Ele está bem obeso e anda com dificuldades, mas é feliz, tem amor'.


Luize Altenhofen (Foto: Divulgação)Já se passaram nove meses desde que o cachorro da raça pitbull Ryng foi agredido por uma barra de ferro por um vizinho, mas a dona dele, Luize Altenhofen, ainda se emociona ao falar no assunto. "Ele está bem. É um cachorro feliz, que continua recebendo amor", diz ela. Na época, Ryng ficou em coma induzido e teve fratruras nos ossos do crânio e maxilar, além de ficar cego de um olho. "Eu pego a focinheira e o chamo para passear e ele fica assim, procurando no ar. Ele está bem obeso e anda com dificuldades", conta ela. Ryng tem 10 anos e 35kg.

Na época, o agressor de Ryng, Gondim Jr., recebeu ameaças pelo Facebook. A defesa dele afirmou que as mensagens eram ofensivas e que fotografias com tarjas de "assassino" foram publicadas. Ao G1, Luize ressaltou que não se tratavam de comentários dela, mas de pessoas – algumas que ela não conhecia – testemunhas da cena. "Assim como xingaram ele, também recebi muitas ofensas nas redes sociais. Uma pessoa chegou a dizer que eu tinha de entender que pitbull é uma raça que não deveria existir, que tinha mesmo é que acabar com todos", conta Luize, que excluiu a conta do Facebook na quinta, 4.
"Para sair um pouco disso optei por excluir minha conta. Mas sou jornalista, gosto de comunicação e nunca seria responsável por tirar um site como o Facebook do ar". Um despacho da 1ª Vara Cível da Comarca de São Paulo deu prazo de 48 horas para que a rede social retirasse do ar mensagens publicadas. Do contrário, o site seria tirado do ar, por meio do bloqueio do acesso feito por provedores.
Ryng, o pitbull de Luize Altenhofen, e a filha dela, Greta (Foto: Reprodução/ Instagram)Ryng, o pitbull de Luize, e a filha dela, Greta, em foto
de arquivo 
"Também disseram que eu não deveria ter um animal tão agressivo com criança pequena em casa", diz Luize, que é mãe de Greta, de 4 anos. "Ela me perguntava muito quando Ryng voltaria para casa quando ele estava no hospital. Eles dormiam juntos. Foi bem difícil. Eu tive de cogitar eutanásia", relembra.
Preconceito contra a raça
Luize tem mais outros seis cães da raça pitbull, espalhados pela casa da atriz em Maresias, no litoral norte de São Paulo, Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, e São Paulo, onde mora atualmente. "A mãe do Ryng faleceu de câncer há pouco tempo e foi bem difícil. Ela era muito companheira, parceira mesmo. Gostava de sair de carro comigo. Eu deixava ela no estacionamento com as janelas abertas e o rádio ligado e ela ficava no carro de boa. É uma família", conta. "Essa raça é só tamanho, eles são muito dóceis e têm o coração enorme. Existe um preconceito contra a raça, mas é a forma que você educa. Tem quem crie para a briga. A culpa é do ser humano".